Precisamos falar de Julgamento Alheio
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Você não acha que toma muito medicamento? - (Acho)
- Por que você não sai de casa? – (Porque tenho síndrome do pânico)
- Você tem que começar a ver as pessoas! – (Eu iria adorar ver as pessoas o problema é que não é uma opção minha
ter ou não uma crise)
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Você tem que tomar o remédio antes de passar mal – (Já tomo vários ao longo do dia)
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Você não está com cara de doente – (Obrigada)
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Você é muito nova para estar com essas coisas – (Já disse que não é uma opção minha)
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Vamos sair? - (Não
consigo sair de casa sozinha)
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Você já pensou em fazer um tratamento com ervas medicinais? –
(só estou esperando legalizar rsrs) brincadeira
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Hum... que estranho! Você sai para alguns determinados lugares...- (sim. Locais em que eu não tenho crises ou
que me deixam tranquila e é assim que estou tentando voltar a ter uma vida
social)
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Acho que isso é frescura – (Não
faz ideia de como eu queria que fosse!)
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Eu já passei por coisas bem piores e não tenho essas coisas- (Que bom!)
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Mas já faz tanto tempo, por que ainda tem crises? – (Porque ainda existe um desiquilibro químico/emocional
no meu cérebro)
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Mas você estava bem ontem...- (por isso ainda estou em tratamento, o quadro não está estável)
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Bipolaridade é doença? – (Sim!)
- Você escuta vozes? Não é o caso de ir na igreja? - (essa não vou comentar
por respeito)
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É só ter um filho que isso passa, vai ocupar sua cabeça. – (OI???)
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Volta ao trabalho que isso vai te ajudar- (Sem dúvida ter um surto psicótico no
trabalho ia ser uma baita ajuda)
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Queria eu estar assim para ficar em casa – (Não repita isso! Não faz ideia do quão sério é tudo isso!!!)
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Ué, para quem está doente você está bem arrumada- (as vezes consigo escolher uma roupa ou me
arrumar)
Acredito que a maioria das
pessoas já passaram pelo processo de sentir-se julgado ou cometendo algum
julgamento alheio. Estaria mentindo dizendo que antes de todos esses
transtornos que aconteceram este ano que eu não tinha medo de julgamentos
alheios. Na verdade, sempre me preocupei muito com a opinião dos outros. Porém
esse ano eles tiveram uma intensidade diferente. Acredito que cada pessoa vai
enfrentar as coisas do jeito que acredita ser o correto e no meu caso eu
vou para o lado que evita ao máximo o desencadear algum surto.
Isso automaticamente me exclui de várias coisas, menos dos julgamentos alheios. Durante todo esse processo eu escutei inúmeras coisas -algumas citadas acima- e na maioria das vezes isso complicou/complica a minha recuperação, pois você já tem inúmeras barreiras para fazer coisas que eram do seu cotidiano e no momento que você começa a viver socialmente você sofre uma série de ataques em forma de “opinião”.
Isso automaticamente me exclui de várias coisas, menos dos julgamentos alheios. Durante todo esse processo eu escutei inúmeras coisas -algumas citadas acima- e na maioria das vezes isso complicou/complica a minha recuperação, pois você já tem inúmeras barreiras para fazer coisas que eram do seu cotidiano e no momento que você começa a viver socialmente você sofre uma série de ataques em forma de “opinião”.
Sem dúvida você também já
passou por isso, e eu te garanto uma coisa, as pessoas na sua maioria não tem
sensibilidade e sempre tem uma opinião ou um conselho para dar a você. Mas não esqueça, você não é obrigado a
aceitar!
Normalmente as pessoas projetam
coisas sobre você sem saber da sua história, sem saber o seu cotidiano e todas
as outras coisas que fizeram você estar onde está ou passando pelo que está
passando. Então I G N O R E o que não vai te ajudar ou te acrescentar nada e só guarde com você as coisas boas que realmente
vão te ajudar e fazer bem.
Se você tem o costume de opinar
em muitas coisas, principalmente na vida dos outros tome um pouco de cuidado e
pense:
– Será que isso vai fazer
realmente bem para ela/ele? -
- Isso vai acrescentar em algo?
-
- Será que eu não estou
vomitando coisas negativas? –
- E se eu tivesse nessa
situação? –
- Talvez se eu falar que vai
ficar tudo bem já ajude... –
“Durante quanto tempo vou sentir essa
culpa?
Quanto tempo essa angustia vai durar?
Tempo passe mais rápido, pois essa dor não
é fácil de aguentar
Vou me sentir um pássaro avoar
Quando desses remédios me livrar.”
Nathália Hammes
Nane, que conteúdo incrível!!! Muita sensibilidade, parabéns prima ! Pode ter certeza que você possibilita a reflexão em cada texto publicado !!! Obrigada mesmo!!!
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